quinta-feira, 26 de agosto de 2010

... e então eu estava em uma fabulosa aula do Villaça estudando o conto "Um homem célebre" do Machado de Assis. No conto vemos a figura de Pestana, que é um famoso compositor de polcas mas é frustrado pois sonha em compor pelo menos uma sonata, pelo menos uma música sacra, mas nunca consegue. Ao final da aula, o professor resolveu mostrar-nos uma polca e uma sonata de Bach, e em seguida mostrou uma fabulosa composição do Pr. José Miguel Wisnik, que foi meu professor de Brasileira I, e ela me motivou a vir aqui postar, pois sua composição começa em uma polca, dançante, e evolui até uma música sacra perfeita que chegou a me emocionar!



Porque passamos a vida nessa eterna oscilação entre a nossa vocação e a nossa ambição? Não queremos aceitar quem somos, queremos ser algo mais, algo que os outros admirem mais, ou até mesmo algo para que nós mesmos nos admiremos. Lutamos a vida toda para não sermos aquilo que somos.. e porque? Não seria mais fácil aceitar quem somos, resignar-mos ao nosso destino, 'descobrir quem somos e sermos então essa pessoa de propósito'? E então porque não conseguimos? Porque passamos tanto tempo lutando contra nós mesmos? A história só é feita de tantos amores impossíveis porque ninguém teve a coragem de lutar pelo que não era possível. Essa luta me cansa, lutar pra não ser quem eu sou. Mas talvez a questão seja lutar para não sermos aquilo que não querem que sejamos. Antes de ontem fui 'criticada' por meus esmaltes escuros e minhas roupas curtas.. grande idiotice! O que importa tanto moralismo? Serve apenas pra preservar a imagem daqueles que querem que os outros pensem que eles são o que eles não são! Eu não consigo ser quem querem que eu seja, mesmo tentando. Eu não quero isso. Eu quero viver o que eu quiser viver, quero ter a liberdade de acordar pela manhã e colocar um esmalte vermelho berrante e um short e sair de casa ouvindo Matanza. Quero ter a liberdade de acordar na manhã seguinte sem vontade nenhuma de usar nenhum esmalte e sair de casa com um moletom velho e surrado ouvindo até mesmo Hori (ta bom, forcei). Mas o que me incomoda é ser obrigada a ser o que eu não sou! Sim, esse é um post de protesto. Pestana (do conto) morreu em paz com os homens e mal consigo mesmo. Eu prefiro deixar o mundo mal com os homens se eu estiver em paz comigo mesma!

e só pra constar

Fazia tempo que não me sentia tão em paz comigo mesma. Eu te amo, você me permite ser quem eu sou!